sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Como comecei a preparar minha "ração"

Não posso deixar de admitir que minha mãe teve papel fundamental. Quando crianças, nossa alimentação em casa era normal. Mas na adolescência minha mãe, por motivos de saúde, teve que mudar drasticamente sua alimentação: nada de refinados, doces, carnes, condimentos, enlatados, etc. Nesta época ela passou a comer arroz integral, pão integral, saladas variadas e nos duas - pois meu pai e meu irmão não aderiram aos novos hábitos - andamos experimentando uns restaurantes macrobióticos e vegetarianos.

Depois de formada, deixei Curitiba e me mudei para a praia em que veraneava – uma cidade pequena, que na época, nem asfalto possuía. Acreditava que aquela comida tradicional não combinava com toda a leveza do lugar, com o verde abundante e o ar puro. Sentia-me pesada devorando um bifão engordurado ou um prato de qualquer coisa que fosse frita.
Passei a comer muita fruta, verduras e alimentos integrais. Mas, em pouco tempo já estava entregue a todos os prazeres de uma farta mesa, e para agravar, quase que todos os dias, graças a meu marido. Bom me deixa explicar direito: um cozinheiro de mão-cheia querendo impressionar e nada de opções de restaurantes - meu namoro com meu marido mudou meus hábitos alimentares.
Foram anos ótimos, diga-se de passagem, tivemos a fase da comida japonesa, italiana, alemã e por aí foi, uma torta diferente a cada final-de-semana, doces, bolos, até cansarmos de tudo isso e eu, vagarosamente comecei a mudar aos poucos o que comia.

Longe de ser radical, minha alimentação começou mudando aos poucos, por opção. Não acordei e disse: a partir de hoje... como sempre fazemos e dificilmente conseguimos manter. Comecei a escutar meu corpo e a perceber que meu intestino funcionava melhor, que estava mais disposta e me achava mais bonita, inclusive, pois cuidar do que se come é cuidar de si próprio.

Aos poucos fui substituindo alguns hábitos e passei a cuidar da comida durante a semana e nos finais-de-semana chutava o balde. E continuo chutando. Esse é o segredo.

Não pretendo converter ninguém com as receitas naturebas deste modesto blog (nem eu me converti). Algumas receitas são adaptações no melhor estilo ração, outras eu inventei mesmo.
A propósito, é desta forma que meu marido chama minha comida: ração. No começo ele não gostava muito não. Começamos devagar, na mesa tínhamos feijão, bife, salada e dois tipos de arroz: o branco e o integral. Ele não comia arroz integral. Com o passar do tempo ele passou a comer o arroz integral com feijão ou qualquer coisa que tivesse molho, e gostava. Apenas não comia arroz integral seco, sem nada. Mais um pouco e hoje ele come arroz integral seco, e quando não tem no almoço ele pergunta: cadê o arroz integral desta casa?

Claro que existem épocas que as coisas desandam, mas a vida é assim, cheia de altos e baixos, o importante é não desistir.

Espetinhos de abacaxi temperados com mel

Muito simples e muito boa esta receita.
Como podemos esquecer destas simples preparções? Tão saudáveis e fáceis... com frequencia elegemos o leite condensado e o creme de leite!

Descasque o abacaxi e corte em cubos de 3cm, aproximadamente. Corte palitinhos de churrasco ao meio. Espete três pedaços de abacaxi em cada palito e leve para assar em forno médio.
Retire do forno e regue com mel!

E mais, a casca fervida com água e depois gelada, resultará em um delicioso suco diurético! Se preferir, acrescente canela, cravo e tenha um chá maravilhoso.

Abacaxi - Levemente diurético e laxativo. Fluidifica secreções respiratórias e mucos. Fonte: Chique é ser saudável , Heloísa L. Bernardes.

Banana especial

Ingredientes:
  • bananas cortadas em pedaços de aproximadamente 3cm
  • iogurte integral
  • granola
  • canela
  • limão
  • açúcar ou me
Modo de preparo:

Misture a granola, a banana e o iogurte. Polvilhe canela e acrescente o sumo de limão e o açúcar.



Quem prova o prato desconfia de sua simplicidade. O segredo? O limão e a canela.

Essa preparação é servida no restaurante Green Life, de Curitba. Meu vegetariano preferido.

Gersal com alga nori

A alga nori é fina como papel, pois é prensada. É boa fonte de proteína e vitamina A.

Risoto de abóbora com folhas verdes


Entre as propriedades da abóbora estão ser adstringente, laxante, diurética, alcalinizante. A abóbora possui grandes quantidades de vitaminas antioxidantes (vitamina C, E e betacaroteno - provitamina A). Possui também boas quantidades de vitaminas do complexo B (B1, B2 e B5, fibras e os minerais cálcio, fósforo, ferro e potássio.Devido ao seu grande conteúdo de betacaroteno (provitamina A), seu consumo ajuda a diminuir o risco de câncer, doenças do coração, derrame e cataratas



Entre as propriedades da abóbora estão ser adstringente, laxante, diurética, alcalinizante. A abóbora possui grandes quantidades de vitaminas antioxidantes (vitamina C, E e betacaroteno - provitamina A). Possui também boas quantidades de vitaminas do complexo B (B1, B2 e B5, fibras e os minerais cálcio, fósforo, ferro e potássio.Devido ao seu grande conteúdo de betacaroteno (provitamina A), seu consumo ajuda a diminuir o risco de câncer, doenças do coração, derrame e cataratas.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Sopa de abobrinha


Patê primavera - inhame e beterraba

Ingredientes:
  • 500g de inhame cozido e amassado
  • azeite de oliva extra-virgem
  • 1/2 xícara (chá) de salsinha bem picada
  • 1 colher (sopa) de manjericão bem picado
  • 1 beterraba cozida
  • 2 dentes de alho
  • sal
Modo de preparo:

Coloque a beterraba, o inhame, o alho no liquidificador e bata com um pouquinho de água. Acrescente um fio de azeite, retire do liquidificador e tempere com as ervas e o sal. Misture bem.

Receita do livro Chique é ser Saudável, de Heloísa L. Bernardes.

Maionese de Inhame

Ingredientes:
  • 500g de inhame cozido e amassado
  • azeite de oliva extravirgem até dar o ponto
  • suco de 1 limão
  • sal
  • 1/2 xícara de água
Modo de preparo:

Coloque o inhame, a água, o sal e o suco do limão no liquidificador e bata bem. Acrescente azeite de oliva aos poucos até obter a consistência de maionese.

maionese de inhame, patê de inhame e beterraba e manteiga de abóbora.

Inhame, conhecido como purificador do sangue. Segundo Heloisa L. Bernardes, no livro Chique é ser saudável, o inhame é um dos alimentos medicinais mais fantásticos que se conhece; faz todas as impurezas saírem através da pele, dos rins e do intestino, por este motivo é conhecido como purificador do sangue. Também fortalece o sistema imunológico. Nas mulheres aumenta a fertilidade, pois possui o princípio ativo da progesterona.

Ponche de suco de uva

Ingredientes:
  • 1 tangerina ou morgote picada
  • 1 maçã picada
  • 1 kiwi picado
  • sumo de 1 limão
  • 300ml de suco de uva branca gelado
  • 600ml de água gelada
  • açúcar ou mel para adoçar, caso considere necessário.
Modo de preparo:

Misturar todos os ingredientes e adoçar, caso considere necessário.


O suco de uva poderá ser substituído por suco de abacaxi.

Esta receita foi adaptada do livro "Chique é ser saudável" de autoria de Heloisa L. Bernardes.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Festa da primavera

A primavera é época de renascimento, renovação, fertilidade.
Todos os anos nossa mestra e professora de ioga, Sônia, organiza uma festa para comemorar o solstício de verão e ritualizar a chegada da primavera.
Neste ano me coloquei a disposição para preparar um cardápio sem carne e sem alcool. Cheia de inspiração, pesquisei as verduras, frutas e legumes da estação e montei o seguinte cardápio:
  • Patê primavera - com inhame e beterraba
  • Maionese de inhame
  • Manteiga de abóbora e tahine
  • Consomê de abobrinha
  • Risoto de abóbora e escarola
  • Espetinhos de abacaxi temperados com mel
  • Bolo de maçã
  • Banana especial
  • Minha geleia de maçã
  • Ponche de suco de uva

E para estrear este blog em alto estilo, nada melhor do que começar postando as receitas da festa!

Comida Presente

No intuído de descobrir de onde a comida tem tanto significado para mim, passei pela minha mãe, minha avó materna e fui terminar em minhas bisavós maternas.

Minha mãe sempre foi mulher caprichosa, boa cozinheira e com sensibilidade fora do normal para montar mesas, que por si só, já eram (e são) uma atração. Além disso, é uma pessoa extremamente boa e dedicada aos outros, desempenhando o papel de mãe de família, ou seja, mulher conciliadora. As reuniões em casa uniam a família e minha mãe transformava tudo em um grande acontecimento. Outros eventos que me marcaram foram os jantares de “dias de semana” reinventados na mesinha de centro da sala de estar. Enfim, minha mãe fazia do ato de comer um acontecimento cheio de amor! Acredito que assim ela não alimentava somente nossos corpos, mas também nossos corações.

E minha mãe veio de minha avó, mulher também caprichosa, extremamente organizada e prevenida, além de muito disposta na cozinha. Mas nesta história toda, temos uma grande mulher, minha bisavó materna, mãe de meu avó Acyr, a Nona, Dona Laurinda. Mãe de seis filhos homens, teve a sabedoria de manter a família unida, filhos e noras, netos, bisnetos e até mesmo agregados. Mulher disposta, suas mesas de aniversário eram algo de extraordinário, com bolos de abacaxi, amendoim e coco. Patês salgados.... e o almoço de domingo, quantos nhoques passados um a um no garfo!!!!! Ela era uma grande mulher! E mais uma vez, estamos todos em torno de uma mesa, a comida unindo a família, gravando momentos em nossas memórias.

Minha bisavó, Laurinda.

Não posso deixar de citar minha outra bisavó, mãe de minha avó materna, a Bisa, Dona Verônica , que convivi de maneira muito próxima por muito tempo. Ela não era como a Nona não tinha tantas habilidades na cozinha, suas preparações não eram as mais saborosas, mas havia um mimo que ela nos preparava, que a dispensava de preparar qualquer outra iguaria: suas broinhas de frigideira. Nas tardes frias de Curitiba, após a escola, lá estava ela, em frente ao fogão, esperando que chegássemos para preparar e nos servir ainda quentinhas aquelas broinhas. E pasmem, não temos esta receita! A broinha de frigideira se foi junto com minha bisa.

E então, com tanta inspiração, eu desde minha adolescência, quando a idade começa a permitir certa aproximação ao forno e ao fogão, passei a presentear meus amigos com bolachas. Minha primeira preparação foram meias luas de coco amanteigadas (minha mãe gastava um dinheiro danado com manteiga...). Depois no Natal, bolachas decoradas, e vieram Páscoas com ovos recheados de marshmallom, comida chinesa para amigos, pratos preparados para impressionar namorados, bolo para as amigas e enfim, comida preparada a quatro mãos, com meu marido! Agora entramos em uma nova faze: tenho um pequeno ajudante, que começa a dar sinais de que quer participar desta brincadeira, meu filho de 4 anos!


E assim surgiu este blog...

A ideia de criar um blog surgiu depois testar várias receitas garimpadas da internet e de quantificar minhas invenções naturebas. Receita aprovada, a mesma era fotografada e ia parar em dois álbuns de meu facebook: Direto da cozinha e Direto da cozinha versão ração.

Na verdade, a ideia de quantificar minhas receitas naturebas é um projeto antigo. Antes de ter meu primeiro filho, pensei em criar um livro simples de receitas para presentear os amigos que com freqüência me perguntavam sobre como se alimentar melhor. Mas esse projeto foi deixado de lado.

Depois de perder meu segundo filho, com 39 semanas de gestação, me deparei com uma situação inimaginável. A chegada de um bebê representa vida, a morte nestes momentos passa longe de nossos pensamentos. A perda do Otavio me fez resgatar antigos prazeres, prazeres simples e despretensiosos: cuidar de meu filho, meu marido, minha casa. Voltar a correr, a surfar (sempre fui esportista), conviver mais com pessoas queridas, ajudar as pessoas, observar mais a natureza (moro em um paraíso) e claro, voltar a cozinhar.

Ter o prazer de cozinhar para família e amigos.

E quanto prazer! Planejar a refeição, pensar na arrumação da mesa... o ritual de preparar a comida. Valorizo o ato de cozinhar para alguém, pois além do simples ato de cozinhar, analisemos quanta energia é oferecida: da escolha do prato a preparação do mesmo. Por quantas horas os comensais estão em meus pensamentos! Penso que isso é muito precioso.
Não esqueçamos o prazer de presentear, pois não o deixa de ser. E reunir pessoas, conversar.... e claro, o prazer de comer!!!!

Neste período difícil, a fim de me consolar, amigos queridos de Itapoá me fizeram uma visita em Curitiba e posso dizer que de certa forma eles foram uma grande válvula propulsora. O que servir? Como servir? E lá estava eu na cozinha relembrando o quanto era bom cozinhar e o melhor de tudo: saber que este era o meu presente para eles.

E assim o ritual se repetiu: reunir tias avós, agradecer o apoio recebido por amigos queridos, afirmar para uma amiga o quanto especial ela é para mim. Foi muito mais que simplesmente cozinhar. Foi minha terapia, meu antidepressivo.

E não posso deixar de citar a segunda válvula propulsora, um entusiasta meu, meu amigo, colega de primeiro grau que me incentivou a criar este blog (devo meu técnico no CEFET a ele também). Além dele, outros amigos também sugeriram e aqui estou eu, transformando o álbum direto da cozinha em um blog de receitas! Bom apetite!