quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Comida Presente

No intuído de descobrir de onde a comida tem tanto significado para mim, passei pela minha mãe, minha avó materna e fui terminar em minhas bisavós maternas.

Minha mãe sempre foi mulher caprichosa, boa cozinheira e com sensibilidade fora do normal para montar mesas, que por si só, já eram (e são) uma atração. Além disso, é uma pessoa extremamente boa e dedicada aos outros, desempenhando o papel de mãe de família, ou seja, mulher conciliadora. As reuniões em casa uniam a família e minha mãe transformava tudo em um grande acontecimento. Outros eventos que me marcaram foram os jantares de “dias de semana” reinventados na mesinha de centro da sala de estar. Enfim, minha mãe fazia do ato de comer um acontecimento cheio de amor! Acredito que assim ela não alimentava somente nossos corpos, mas também nossos corações.

E minha mãe veio de minha avó, mulher também caprichosa, extremamente organizada e prevenida, além de muito disposta na cozinha. Mas nesta história toda, temos uma grande mulher, minha bisavó materna, mãe de meu avó Acyr, a Nona, Dona Laurinda. Mãe de seis filhos homens, teve a sabedoria de manter a família unida, filhos e noras, netos, bisnetos e até mesmo agregados. Mulher disposta, suas mesas de aniversário eram algo de extraordinário, com bolos de abacaxi, amendoim e coco. Patês salgados.... e o almoço de domingo, quantos nhoques passados um a um no garfo!!!!! Ela era uma grande mulher! E mais uma vez, estamos todos em torno de uma mesa, a comida unindo a família, gravando momentos em nossas memórias.

Minha bisavó, Laurinda.

Não posso deixar de citar minha outra bisavó, mãe de minha avó materna, a Bisa, Dona Verônica , que convivi de maneira muito próxima por muito tempo. Ela não era como a Nona não tinha tantas habilidades na cozinha, suas preparações não eram as mais saborosas, mas havia um mimo que ela nos preparava, que a dispensava de preparar qualquer outra iguaria: suas broinhas de frigideira. Nas tardes frias de Curitiba, após a escola, lá estava ela, em frente ao fogão, esperando que chegássemos para preparar e nos servir ainda quentinhas aquelas broinhas. E pasmem, não temos esta receita! A broinha de frigideira se foi junto com minha bisa.

E então, com tanta inspiração, eu desde minha adolescência, quando a idade começa a permitir certa aproximação ao forno e ao fogão, passei a presentear meus amigos com bolachas. Minha primeira preparação foram meias luas de coco amanteigadas (minha mãe gastava um dinheiro danado com manteiga...). Depois no Natal, bolachas decoradas, e vieram Páscoas com ovos recheados de marshmallom, comida chinesa para amigos, pratos preparados para impressionar namorados, bolo para as amigas e enfim, comida preparada a quatro mãos, com meu marido! Agora entramos em uma nova faze: tenho um pequeno ajudante, que começa a dar sinais de que quer participar desta brincadeira, meu filho de 4 anos!


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